Katia Imbó
Privatização e colonialidade na educação da Guiné-Bissau


O Eduquê está de volta! Para esta 3ª temporada, vamos tratar detidamente de pesquisadoras/es e suas pesquisas, sempre tendo em vista os impactos dos temas investigados na vida de sujeitos de direito da educação.

Katia Imbó é a nossa primeira entrevistada. A pesquisadora conta como a Guiné-Bissau, no contexto de pós-golpe de Estado de 2012, recebeu recursos financeiros de uma parceria bilateral com Portugal e, como resultado, intensificou os processos de terceirização da educação guineense.

A ONG FEC (Fundação Fé e Cooperação) foi a maior beneficiada. Possuindo fortes vínculos com a Igreja Católica, a ONG exerce interferência e participação no interior do Ministério da Educação da Guiné-Bissau, atuando diretamente na formulação de propostas educativas na dimensão curricular, especialmente, quanto ao ensino de Língua Portuguesa.

Haveria, portanto, uma privatização dos processos pedagógicos.

A influência dessa parceria revela como a colonialidade pode funcionar hoje em dia. Quando o poder exercido por um ator não-estatal “se assemelha ao ocorrido durante período colonial no qual havia o domínio da Igreja Católica na área da educação,

com objetivos relacionados ao fortalecimento do modelo de sociedade português”, como diz a conclusão da tese de doutorado da pesquisadora apresentada na Unicamp.

Katia Imbó é coordenadora pedagógica na Prefeitura de São Paulo e doutora em educação pela Unicamp. Integra o Grupo de Estudos e Pesquisas em Política Educacional da Unicamp. Sua pesquisa aborda temas como financiamento da educação, cooperação para o desenvolvimento e relação entre o público e o privado na educação.

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