N’Cak Morgado and Lino Mané
How to connect youth empowerment with the right to education
How can the participation of adolescents and young people in a citizen action project incorporate concepts of student empowerment go together with the guarantee of human rights?
This is the proposal for the program “Citizen Path: From Dream to Action”, which is developed in Guinea-Bissau by the Essor organization, in partnership with several associations, including RENAJ – National Network of Youth Associations of Guinea Bissau.
Let’s get to know how life project activities are connected with an incentive to citizen participation within the school community, and how this methodology promotes life projects while prioritizing the rights of children and adolescents.
N’Cak Morgado, coordinator of education and training and professional placement of the NGO Essor, and Lino Saco Mané, technician of the “Percurso Cidadão” program, but also researcher, broadcaster, social activist, and coordinator of the environment and sustainable development department at RENAJ.
RUI DA SILVA: Temos aqui hoje uma novidade no nosso programa. Como vocês viram nos créditos do último episódio, nesta temporada do podcast Eduquê vamos revezar eu e Andressa, porque por vezes a agenda tem sido complicada de conciliar.
Este é o primeiro episódio que temos também dois convidados. Portanto, aqui há uma inversão. Temos um apresentador e dois convidados, neste caso, da Guiné-Bissau. E temos ainda outra novidade: estes nossos convidados estão a gravar o programa e eles estão na Rádio Jovem da Guiné-Bissau. Ainda aqui, um grande abraço para a Rádio Jovem da Guiné-Bissau e por terem facilitado este processo de gravação. E agora, sem mais demoras, eu queria perguntar como a vossa organização, a ESSOR, promove o programa Percurso Cidadão em Ação. Nos podem explicar quais são os objetivos deste programa? Como este programa está inserido no contexto social da Guiné-Bissau, tendo em conta que é um programa que é implementado em vários países, incluindo, por exemplo, no Brasil.
N’CAK MORGADO: A ESSOR desde a sua chegada na Guiné-Bissau em 2009… O espírito da emissora é ouvir os adolescentes, ouvir os jovens, ouvir essa camada para a ESSOR é de prometer com que adolescentes e jovens puderem, fora as suas aspirações para os seus sonhos e, a partir deste sonho, a inspiração dos adolescentes jovens… Propor uma ideia para esta camada pode iniciar uma vida de uma forma condigna, porque muitas vezes esquecemos que é uma camada também que tem palavra. Tomando em consideração a realidade socioeconômica e sociopolítica da Guiné-Bissau, em que num meio comunitário são os mais velhos é que podem falar, são os mais velhos que têm que dizer tudo no sentido de orientar os mais novos. E o Percurso Cidadão veio propor aos jovens esse espírito de serem eles a planejar o futuro, ajudando estes jovens a poderem ser autores da mudança da sua comunidade e da sua realidade onde estão a viver. Também considerou que tem como objetivo responder às necessidades destes jovens, a necessidade no sentido de poderem ser elas a falarem, de poderem ser elas, a proporem, de poderem ser eles a desenharem o caminho que querem andar também e, no sentido objetivo, também temos de fornecer aos jovens uma ferramenta que lhes permita conseguirem andar num bom caminho. Para conseguirem poder ajudar os jovens, o que na verdade… O espírito guineense é, falando na realidade guineense ou espírito guineense de cada um… Muitas vezes ver a sua comunidade pelo fato de nós temos o espírito nacional, mas também temos… Nós chamamos da morança, da tabanca, que na Europa se chama aldeia. Essa vedação humanitária, o espírito da História é de mostrar a estes jovens que nós não terminámos na nossa vida, não acaba na nossa aldeia, na nossa tabanca, na nossa comunidade, vai para longe, vai para os outros lugares… Vendo a realidade da globalização fornecer aos jovens essa habilidade de poder integrar numa outra realidade, a realidade fora do seu meio.
N’CAK MORGADO: Também de estimular a confiança, de poderem estar no meio da sociedade e de se poderem integrar, porque muitas vezes pensamos que todos podem integrar. Mas é verdade que nem todos podem entrar no meio onde não conhecem. O Percurso Cidadão dá aos jovens essa habilidade de se poder buscar, como chegar, onde chegar, porque o chegar é uma outra coisa, o estar que é importante, o saber entrar, o saber… Melhorar o nível de conhecimento e de competência desses adolescentes, porque os temas que são abordados no Percurso Cidadão são temas da atualidade. A sexualidade, hoje pergunta-se que é muito logo quando um adolescente cresce… Ter três, quatro namoradas ou ter quatro ou cinco namoradas… Este poliamor e a poligamia que na realidade africana, a realidade guineense, é muito bem conhecida. A luta é mostrar aos jovens que isso tem a sua consequência e como é que nós, enquanto adolescente, podemos crescer no meio desta situação em que os nossos pais estão metidos. Como é que nós podemos lidar com a essa realidade e não ficar a pensar que isto é que é bom? É perceber que o poliamor, a poligamia, não é algo que se ajuda no desenvolvimento integral da pessoa humana. Também luta-se a melhorar a vida dos jovens. Aquele espírito de pensamento crítico, como eu disse no início, para um guineense, no meio onde está, com idade adulta… Mas não podem falar mesmo que uma ideia boa, mesmo tendo uma ideia que pode juntar o seu meio à sua comunidade crescer, não ter que falar no meio da pessoa adulta…
RUI DA SILVA: Interessante esta vossa abordagem, mas pode nos explicar melhor como é que funciona a metodologia de ação deste programa do Percurso Cidadão? Como é que funciona esta metodologia? Como é que trabalham com os jovens nas comunidades e todos os parceiros?
N’CAK MORGADO: A metodologia é integrada na comunidade. É uma metodologia que permite com que desde da comunidade até aos parceiros pode-se pronunciar, começa ser com o que nós chamamos de visita à comunidade. A primeira coisa que se faz lá não é ir visitar a comunidade. Os animadores vão, as famílias vão visitar os adolescentes, vão falar com os adolescentes. Dá para considerar o que é que isso pode trazer para a família os benefícios e como é que a família? Ou de integrar também o acompanhamento dos meninos os adolescentes que saem da casa. Depois disso, faz-se a inscrição, depois da visita, mostrar à família a importância do Percurso Cidadão, faz’se uma inscrição. As famílias interessadas vão inscrevendo os adolescentes. Luta-se em envolver desde o início a família ou a inscrição… O que nós chamamos de cinco meses, em que os adolescentes são orientados dos temas, vão orientar os temas que são já pré-definidos e outros temas que pode-se integrar. E nesta dinâmica o Percurso Cidadão de cinco meses faz o que nós chamamos de visita domiciliária, que quer dizer que os animadores, que são formados, vão à casa destes adolescentes para perceber se o que estão a receber nas oficinas, como o cidadão está a refletir na vida das gentes… Nesta comunicação, o diálogo com a família permite perceber como redirecionar os adolescentes para uma conduta social, para uma conduta da vida integrada. Depois disso, faz-se o que nós chamamos de educação parental. Os temas que serão abordados com os adolescentes também são abordados com a família para permitir à família poder andar no mesmo nível com os adolescentes. Porque muito nós pensamos que o que se passa ou que se fala na oficina, os pais também têm de se adaptar. Achamos que consideram que os pais também devem ser formados. Formados no sentido de poderem debater sobre o tema. E a regra geral é aquele espírito adolescente. O adolescente ensinar o adolescente. O jovem ensinar o jovem. É um debate aberto, um debate em que não existe o animador. Estar lá com uma pessoa orientando, não uma pessoa para estar, para orientar o debate. Esta é a metodologia do Percurso Cidadão.
RUI DA SILVA: Como já referimos um pouco, não é, o Percurso Cidadão envolve as famílias, mas também envolve organizações, como, por exemplo, a RENAJ – a Rede Nacional das Ações Juvenis. E se calhar deixava o Lino explicar um bocado. Enquanto membro do Percurso Cidadão, ex-participante do Percurso Cidadão, membro da RENAJ e agora como técnico também do projeto… O que nos podia explicar melhor como é que, por exemplo, a RENAJ se envolve neste programa e qual é o contributo para o programa da rede, na RENAJ, mas também dos outros parceiros.
LINO SACO MANÉ: Também vou dar espaço para agradecer à agência da Rádio Jovem. Dizer que a RENAJ é uma organização que podemos dizer que é uma rede que congrega 81 organizações. Tem como missão que é promover a saúde juvenil como uma forma de combater a pobreza e o desenvolvimento sustentável. Na nossa opinião, isso seria possível com a envolvência dos jovens na tomada de decisão, mas também em outras áreas. Eu, em 2017, trabalhei como um estagiário do PC e também fazia outros trabalhos. Começou naquela altura. Não era membro da direção da RENAJ. Isso aconteceu em 2019. Dois anos depois. Em 2021, começamos o processo de trabalhar com essa companhia. É uma coisa que eu já havia conhecendo há algum tempo e que no início o nosso objetivo era exatamente através do curso geral, dinamizar mais a missão da RENAJ em como procurar os jovens nas suas comunidades. Isso aconteceu porque a RENAJ também tem um espaço de educação não formal, que acontece todos os anos em agosto, que é a Escola Nacional de Voluntariado. É diferente porque geralmente é direcionada aos adolescentes de 14 a 18 anos. Nessa, que é uma missão de formação do que é uma coisa nova, mas não é uma coisa nova para mim, que já trabalhei com curso de aplicação. O Percurso Cidadão consegue nessas comunidades… Já agora, com o… E com a AGRECE, que significa Associação Guineense de Reabilitação de Cegos, que sucederam… Está a ser implementada em parceria, em colaboração, em estreita sintonia, com essas organizações… Acontece duas vezes por semana, às quartas e sextas feiras e com isso acontece num dia… E nós, enquanto RENAJ, eu faço do trabalho não só de vários animadores, mas também concretamente, podemos até ver, de conteúdos durante cinco meses, trabalhar com cada adolescente que se inscreveu num curso.
RUI DA SILVA: Continuávamos com o Lino porque tinha mais uma pergunta para si, que era como ex- participante deste programa do Percurso Cidadão – do Sonho à Ação. Pode nos contar qual foi o impacto que este programa teve no seu trajeto pessoal e agora também profissional, se calhar.
LINO SACO MANÉ: Por exemplo, no início eu estava entrando na universidade. Agora já terminei. Não conclui ainda todo o processo acadêmico. Mas o que considerou marcou a minha entrada enquanto estudante de Sociologia, que é uma parte que me ajudava a entender realmente o conceito social e a dinâmica das comunidades. Porque realmente, quando se trabalha com adolescentes, temos que olhar para além daquilo que é apresentado nas sessões do futuro, principalmente os espíritos, a auto confiança, o exemplo do sentimento mais livre, muito mais à vontade, muito mais preparado em suas famílias. Por exemplo, nós trabalhamos com adolescentes que estão numa situação de precariedade, chamamos crianças carenciadas e vamos ver isso no contexto da Guiné-Bissau. É difícil dizer isso, porque a Guiné-Bissau é caracterizada pela pobreza que existe e é difícil distinguir uma criança carenciada de nota. Então nós estamos nesta situação que me permitiu conhecer não só a realidade sociológica das crianças, mas também como através de estratégias e metodologias de percepção do curso, podemos orientar os docentes e conseguir devidamente multiplicar esses conhecimentos.
RUI DA SILVA: Tendo em conta um aspecto importante que foi referido agora que é, digamos, os índices elevados de precariedade e de pobreza. Temos agora, além da estabilidade política da Guiné-Bissau, temos agora algo que não acabou. Pode parecer em alguns países que já acabou, mas não temos a pandemia de Covid-19… Podem nos contar qual o impacto que a pandemia de Covid-19, tem tido nos jovens e novamente o PC… Como o programa Percurso Cidadão tem contribuído para mitigar estes efeitos?
LINO SACO MANÉ: Exatamente quando me falou isso, eu também falei dos cinco meses de Percurso. Em cada mês abordamos um tema e bem, temos subtemas. Mas exatamente no mês de agosto fala-se de saúde e prevenção, que não existia antes de a pandemia Covid. E foi uma adaptação à nossa realidade, à realidade mundial, também porque a Covid-19, no início, todo o mundo esperançava que uma coisa ia chegar e depois, há quanto tempo, vai passar. Mas ao longo do tempo percebemos que isso é uma coisa que não vai sair de imediato. Então adiantamos as metodologias, os conteúdos para que as crianças possam… Através do Percurso Cidadão podemos sensibilizá-los e podemos tratá-los, porque também é uma atividade dentro do PC para multiplicar essas informações nas escolas ou bancadas, ou seja, onde o grupo de jovens costuma agrupar.
RUI DA SILVA: Se calhar para os nossos ouvintes que não estão familiarizados, pode só explicar melhor o que é que quer dizer o que é que na Guiné-Bissau se chama de bancadas. Os ouvintes que estão fora da Guiné-Bissau não vão perceber o que é uma bancada na Guiné-Bissau, quando se chamam bancada. O que é que isto quer dizer?
LINO SACO MANÉ: Há de ser um espaço onde jovens, num plenário da tarde ou de manhã, as pessoas costumam se agrupar em um bairro para um convívio. Não é restaurante, não é bar, é um convívio, sempre. Nós procuramos, às vezes, os docentes para ir lá fazer sensibilização, para as mensagens, que na altura também estavam a ser divulgadas pela equipa do Comissariado da Guiné-Bissau, em estreita colaboração com conhecidos e algumas mensagens que podem ser benéficas para a comunidade. Se calhar não sei se isso.
N’CAK MORGADO: É só para dizer que inicialmente diziam que os jovens estavam perdidos. É mesmo? Mas quando chegou a notícia de que estamos perdidos, levando em consideração que a Guiné-Bissau… Não estamos preparados para poder gerir a situação pandêmica. Neste caso, do Covid-19. Ficamos preocupados daí, através da utilização do tema de saúde e prevenção, aproveitarmos para os jovens no sentido de poderem eles a multiplicar as informações de prevenção nas famílias. Muitas vezes isso deu grande impacto. Havia inicialmente famílias que queriam tirar os jovens de Bissau, porque também o comportamento da autoridade nacional não foi inicialmente nada boa. Começaram por parar parar tudo numa sociedade em que as pessoas não têm nada, nem havia circulação, nem havia já ação ajustada para o Estado poder subvencionar ou ajudar a população. Havia realmente uma pobreza. Os adolescentes e jovens o serviram como aqueles que vão pedir, através da ação solidária, que uma parte para vocês não pedir aos que têm para se poder, que pegaram as contribuições das pessoas que têm emprego… Mulheres que fazem cultura, davam o que têm, o que produziam para levar às famílias que não têm como sistemas… E isso permite aos adolescentes poderem chegar a esse espírito de Covid. Para nós, o impacto foi muito porque os adolescentes realmente perceberam que a pobreza… É como que no meio da pobreza nós podemos ajudar uns aos outros? Como é que podemos ser os verdadeiros irmãos da situação? Isso ajudou muito e o impacto do Percurso Cidadão nesta questão de Covid-19 é a ação mais de solidariedade. Os que têm, poder ajudar os que não têm. Que é uma realidade muito bem vivida aqui na Guiné-Bissau, como estava a dizer, não é possível perceber quem é que tem, quem é que não tem. Nós vivemos, vivemos numa vida comunitária. Quem tem, ajuda quem não tem. Mas também não é menos verdade que está a crescer a dimensão do nível social, que é grande. Os que têm muitas vezes fecham com o que têm. E Percurso Cidadão permitiu com os que têm e não tem pudessem viver no mesmo nível.
LINO SACO MANÉ: Por exemplo, também naquela altura, como um gajo que estava a dizer a dinâmica social que se estava a viver na Guiné-Bissau. Apenas um pouco de desconfiança e dificuldade em como eles vivem. Porém, realizar eventos que até recentemente agrupam pessoas, tipo 20, 50 pessoas, num determinado espaço. Mas você veio dar um exemplo de que é possível organizar o espaço, que naquela altura foram suspensas todas as dinâmicas escolares e, por exemplo, isso atrasou um pouco a situação de identificação das crianças, porque eram associadas à escola. Relacionamento também. Então, nós, até ver, no Percurso Cidadão, podemos dizer que criamos um modelo alternativo de que podemos avançar com a educação, que podemos levar àquelas salas de aula, adaptando-se à realidade do convívio com novas abordagens, com a introdução de máscaras, mas também um distanciamento, e outras de cunho epidemiológico que conseguimos ter acesso, mas também como colocar isso em funcionamento. E funcionou. A dinâmica está a ser implementada com as crianças e o PC está a ser alargado para toda a escola porque tem uma escola de infância. Tem outras crianças também com deficiência visual, que através de mentoria, o distanciamento e a própria dinâmica da sala, conseguimos se adaptar metodologias e melhorar a educação de crianças.
RUI DA SILVA: Acho muito interessante. Os nossos ouvintes hoje já ficaram mais familiarizados com outros conceitos. Como já falaram das bancadas de um bairro… O que acontece nas bancadas de um bairro. Já o de cá, que também falou das moranças e das tabancas, que já é muito interessante… Que estes nossos diálogos com vários interlocutores, conceitos e expressões de outros países circulem melhor e as pessoas conheçam… Mas agora, para finalizarmos a nossa conversa, e depois o Lino pode e deve responder de onde quer, que também a esta pergunta perguntem para os dois, tendo por base a vossa experiência e o trabalho que fazem no Percurso Cidadão: do Sonho à Ação. Conheçam qual é o conselho que vocês dão para quem está na linha da frente da educação? Qual é o conselho que vocês dão tendo por base até mesmo vocês, que já foram falando como o Percurso Cidadão, não é, como as atividades do Percurso Cidadão ajudaram o regresso das crianças à escola e a se adaptarem às questões da pandemia.
N’CAK MORGADO: A educação formal e a educação não formal estão há muito tempo se complementando. Mas o que eu queria dizer é que através da experiência do Percurso Cidadão, nós vamos criar algumas ideias. Primeira: que a capacidade de produção de conhecimento das crianças e dos adolescentes possa ser mais pacífica. Podemos dizer que não é a mesma coisa com outros membros da sociedade. Isso quer dizer que dentro da nossa dinâmica de ensino, devemos ter a capacidade de criar estratégias para adaptar-se aos contextos que podem aparecer a qualquer momento, como o convívio que apareceu em todos… O processo de ensino na Guiné-Bissau… Porque não só a nos jardins e nas escolas secundárias, mas aconteceu também na universidade. Por exemplo, a minha universidade ficou suspensa por quase dois meses de funcionamento porque não tinha estratégias de plano para se adaptar e o Alto Comissariado do Ministério de Educação não soube criar estratégias e planos, que era a única coisa que fazia suspender tudo até a dada altura. Depois de voltar a aprender… Posso dizer sobre isso com uma facilidade que realmente podemos continuar a dar. Que é… Só que haja espaços entre as crianças. Eles possam falar e divulgar informações e discutir sobre alguns assuntos, mas também de, através da metodologia, criar o laço que vai criar mentalidades e elevar a consciência do ambiente para que ele possa cuidar. Vamos imaginar que numa escola temos 100 alunos. Cada um pode se cuidar, tem que tomar medidas de prevenção e não ficar junto ao outro, tenho certeza que vamos ter um espaço livre dentro de escolas, que basicamente vão ser uma mera continuidade. Isso é a primeira coisa.
LINO SACO MANÉ: A segunda coisa é que quando uma estrutura, nesse caso, por ser o Ministério da Educação ou outra instância da governação na Guiné-Bissau, por entender… Vamos ter uma política que não só vai nos permite adaptar a situação, mas também vai nos permitir continuar a melhorar, claro. O sistema de ensino, sabe… São conselhos que eu tenho e vou deixar cada um.
N’CAK MORGADO: Eu gostaria de dizer que a educação deve ser pensada no sentido de preparar os jovens para que possam viver nessa sociedade. O que nós, na Guiné, pensamos que são nessa realidade é que é só olhar os conteúdos que já são programados – e muitos de nós não pensamos que as realidades mudam, nós não pensamos que a dinâmica social… E nós nos adaptamos a esta realidade. Estamos num mundo em que, como disse a Unesco, através da Educação para o Século XXI, que eu sinto de preparar os jovens para uma convivência social, para poder aprender, aprender a conviver, aprender a ser. É isso que deve ser a nossa dinâmica de ensinar. É nesse Percurso Cidadão percebemos que os nossos jovens devem pensar nos jovens, para a sociedade, não nos jovens para serem instruídos como pessoas que reagem de uma forma mecânica. Isto é matemática, um mais um, e um não comer, um mais um pode ser como é na realidade social, por ser interpretada e por ser vivida… E quando nós estamos a pensar a educação, devemos pensar na educação, no sentido da convivência social, porque todo o ser humano preparado na escola vai vivendo numa sociedade. E essa sociedade, hoje, não necessita de quem é mecanicamente instruído e, quem sabe, se relacionar com ela.
LINO SACO MANÉ: Bem, aqui, entre educação não falta e que também sempre entrou em informal viver onde nós estamos e como nós podemos andar onde nós estamos. E o sistema educativo, a meu ver, deve saber enquadrar o seu conteúdo no seu currículo, a vivência social, os temas da atualidade, como eu diria anteriormente sobre a poligamia, que também na sociologia se vê, mas nada a ver como é que é interpretada a situação da sexualidade, como é que se vê e como é que é interpretada a situação de sentir se que pertencem à sociedade? Como é que tu pode estar contra isso nessa sociedade? Como é que tu podes trabalhar para desenvolver, e melhor de tudo, preparar os jovens para poder construir o seu percurso? O processo? Como é que ela pode se construir a sua vida? Como é que ela amanhã poderá viver a sua vida? Na Europa, isso é bem que bem enquadrado, mas na realidade africana ou guineense, ainda tem grandes lacunas. E os nossos valores de educação têm que ir para ficarmos com os conteúdos da vida, para integrar os conteúdos, os conteúdos da aprendizagem. Isso o que eu acho que é importante, começar do zero. Sei que é difícil porque realmente há que pensar a educação, como é que é estruturada mentalmente. Para mim é mais do que ensinar, para mim a educação é preparar os jovens para viver na sociedade.
RUI DA SILVA: N’Cak Morgado e Lino Saco Mané, muito obrigado por terem vindo ao Eduquê.
N’CAK MORGADO: Para nós é uma grande alegria, opinar e vir a partilhar esta entrevista convosco.
RUI DA SILVA: Você pode acessar o manual do programa “Percurso Cidadão: Do Sonho à Ação” em www.essor-ong.org/pt/casa/ .
RUI DA SILVA: Today we have something new in our program. As you saw in the credits of the last episode, this season of the Eduquê podcast we will take turns Andressa and I, because sometimes the schedule has been difficult to reconcile.
This is the first episode in that we also have two guests. So here there is an inversion. We have a presenter and two guests, in this case, from Guinea-Bissau. And we have yet another novelty: these guests of ours are recording the program and they are on Rádio Jovem da Guiné-Bissau. Again, a shout out to Rádio Jovem da Guiné-Bissau and for having facilitated this recording process. And now, without further ado, I would like to ask how your organization, ESSOR, promotes the Citizen Path program. Can you explain to us what the objectives of this program are? As this program is inserted into the social context of Guinea-Bissau, taking into account that it is a program that is implemented in several countries, including, for example, Brazil.
N’CAK MORGADO: ESSOR since its arrival in Guinea-Bissau in 2009… The spirit of the station is to listen to teenagers, listen to young people, listen to this layer for ESSOR is to promise that teenagers and young people can, outside their aspirations for their dreams and, from this dream, the inspiration of young teenagers… Proposing an idea for this layer can start a life in a dignified way because we often forget that it is a layer that also has a word. Taking into account the socio-economic and socio-political reality of Guinea-Bissau, in which a community environment it is the elders who can speak, it is the elders who have to say everything in order to guide the younger ones. And the Citizen Path came to propose to young people this spirit of being themselves and planning the future, helping these young people to be able to be authors of change in their community and the reality where they are living. He also considered that it aims to respond to the needs of these young people, the need for them to be the ones to speak, to be able to propose, to be able to design the path they want to walk too and, in the objective sense, also we have to provide young people with a tool that allows them to get on the right path. In order to be able to help young people, which in fact… The Guinean spirit is, speaking in the Guinean reality or the Guinean spirit of each one… Often, seeing your community because we have the national spirit, but we also have … We call it the morança, the tabanca, which in Europe is called a village. This humanitarian fence, the spirit of history, is to show these young people that we didn’t end our lives, it doesn’t end in our village, in our village, in our community, it goes far away, it goes to other places… Seeing the reality of globalization provides young people the ability to be able to integrate into another reality, the reality outside their environment.
N’CAK MORGADO: Also to stimulate trust, to be able to be in the middle of society and to be able to integrate, because we often think that everyone can integrate. But it is true that not everyone can enter an environment where they do not know. The Citizen Path gives young people the ability to search, how to get there, where to get there, because getting there is something else, being there is important, knowing how to enter, knowing… Improving the level of knowledge and competence of these teenagers, because the topics that are addressed in the Citizen’s Journey are current topics. Sexuality, today we ask what happens very soon when a teenager grows up… Having three, four girlfriends or having four or five girlfriends… This polyamory and polygamy in African reality, the Guinean reality, is very well known. The struggle is to show young people that this has its consequences and how we, as a teenager, can grow up in the midst of this situation our parents are in. How can we deal with that reality and not think that this is good? It is realizing that polyamory, polygamy, is not something that helps in the integral development of the human person. There is also a struggle to improve the lives of young people. That spirit of critical thinking, as I said at the beginning, for a Guinean, in the middle where he is, with adulthood… But they can’t even talk about a good idea, even having an idea that can join their environment to their community growing up, not having to speak in the midst of an adult person…
RUI DA SILVA: Your approach is interesting, but can you explain better how the action methodology of this Citizen’s Journey program works? How does this methodology work? How do you work with youth in communities and all partners?
N’CAK MORGADO: The methodology is integrated into the community. It is a methodology that allows from the community to the partners to speak, it starts with what we call a visit to the community. The first thing you do there is not to visit the community. The animators will go, the families will visit the teenagers, and they will talk to the teenagers. Can you consider what benefits this can bring to the family and how does the family? Or to also integrate the accompaniment of the boys and the teenagers who leave the house. After that, the inscription is made, the visit is made to show the family the importance of the Citizen Path, an inscription is made. Interested families are enrolling teenagers. There is a struggle to involve the family or the enrollment from the beginning… What we call five months, in which the teenagers are guided by the themes, they will guide the themes that are already pre-defined and other themes that can be integrated. And in this dynamic, the five-month Citizen Path makes what we call a home visit, which means that the animators, who are trained, go to these teenagers’ homes to see what they are receiving in the workshops, how the citizen is reflecting on people’s lives… In this communication, the dialogue with the family makes it possible to understand how to redirect adolescents toward a social behavior, towards an integrated life behavior. After that, what we call parenting takes place. The topics that will be discussed with the teenagers are also discussed with the family to allow the family to be on the same level with the teenagers. Because a lot of us think that what happens or what is said in the workshop, parents also have to adapt. We think they consider that parents should also be trained. Trained in the sense of being able to debate on the topic. And the general rule is that teenage spirit. The teenager teaches the teenager. The young teach the young. It is an open debate, a debate in which there is no animator. Being there with a person guiding, not a person to be, to guide the debate. This is the methodology of the Citizen Path.
RUI DA SILVA: As we have already mentioned, it is not, the Citizen Path program involves families, but it also involves organizations, such as, for example, RENAJ – the National Network of Youth Actions. And maybe let Lino explain a bit. As a member of Percurso Cidadão, former participant of Percurso Cidadão, member of RENAJ and now also as a technician of the project… This could explain better how, for example, RENAJ is involved in this program and what is the contribution to the network program, in RENAJ, but also for the other partners.
LINO SACO MANÉ: I would also like to thank the Rádio Jovem agency. To say that RENAJ is an organization we can say that it is a network that brings together 81 organizations. Its mission is to promote youth health as a way of fighting poverty and sustainable development. In our opinion, this would be possible with the involvement of young people in decision-making, but also in other areas. I, in 2017, worked as a PC intern and also did other jobs. It started at that time. He was not a member of the RENAJ board. This happened in 2019. Two years later. In 2021, we started the process of working with this company. It’s something that I had already known for some time and that at the beginning our objective was exactly through the general course, to give more dynamism to the mission of RENAJ in how to look for young people in their communities. This happened because RENAJ also has a space for non-formal education, which takes place every year in August, which is the Escola Nacional de Voluntariado. It’s different because it’s usually aimed at 14-18-year-olds. This one, which is a training mission of what is a new thing, but it is not a new thing for me, who has already worked with an application course. The Citizen Path succeeds in these communities… By the way, with… And with AGRECE, which means Guinean Association for the Rehabilitation of the Blind, which succeeded… It is being implemented in partnership, in collaboration, and in close harmony, with these organizations… It happens twice a week, on Wednesdays and Fridays and with that it happens in one day… And we, as RENAJ, I do the work not only of several animators but also concretely, we can even see, of content for five months, working with each teenager who signed up for a course.
RUI DA SILVA: We continued with Lino because he had one more question for himself, which was as a former participant in this Citizen’s Journey program – from Dream to Action. Can you tell us what impact this program had on your personal and now also professional path, perhaps?
LINO SACO MANÉ: For example, in the beginning, I was going to university. Now I’m done. The entire academic process has not yet been completed. But what he considered marked my entrance as a student of Sociology, which is a part that helped me to really understand the social concept and the dynamics of communities. Because really, when working with teenagers, we have to look beyond what is presented in the sessions of the future, especially the spirits, self-confidence, the example of feeling freer, much more at ease, much more prepared in their families. For example, we work with teenagers who are in a precarious situation, we call children in need and we are going to see this in the context of Guinea-Bissau. It is difficult to say this because Guinea-Bissau is characterized by the poverty that exists and it is difficult to distinguish a child with a poor grade. So we are in this situation that allowed me to know not only the sociological reality of the children but also how through strategies and methodologies of perception of the course, we can guide the teachers and manage to properly multiply this knowledge.
RUI DA SILVA: Bearing in mind an important aspect that has been mentioned now, which is, let’s say, the high levels of precariousness and poverty. We now have, in addition to Guinea-Bissau’s political stability, we now have something that has not ended. It may seem in some countries that it’s over, but we don’t have the Covid-19 pandemic… You can tell us what impact the Covid-19 pandemic has had on young people and the PC again… How the Percurso program Citizen has contributed to mitigate these effects?
LINO SACO MANÉ: Exactly when you told me that, I also spoke about the five months of the Journey. Each month we address a theme and well, we have sub-themes. But exactly in the month of August, there is talk of health and prevention, which did not exist before the Covid pandemic. And it was an adaptation to our reality, to the world reality, also because Covid-19, at the beginning, everyone hoped that something would come and then, how long ago, it will pass. But over time we realized that this is something that will not come out right away. So we advance the methodologies, the contents so that the children can… Through the Citizen Path we can sensitize them and we can treat them, because it is also an activity inside the PC to multiply this information in schools or benches, that is, wherever the youth group usually group together.
RUI DA SILVA: Maybe for our listeners who are not familiar, you can just explain better what you mean by what in Guinea-Bissau is called benches. Listeners outside Guinea-Bissau will not understand what a bench is in Guinea-Bissau, when it is called a bench. What does this mean?
LINO SACO MANÉ: It has to be a space where young people, in a plenary session in the afternoon or in the morning, people usually gather in a neighborhood to socialize. It’s not a restaurant, it’s not a bar, it’s a conviviality, always. We sometimes look for teachers to go there to raise awareness about the messages, which at the time were also being disseminated by the Guinea-Bissau Commissioner’s team, in close collaboration with acquaintances and some messages that can be beneficial to the community. . Maybe I don’t know if that.
N’CAK MORGADO: It’s just to say that initially they said young people were lost. And even? But when the news arrived that we are lost, considering that Guinea-Bissau… We are not prepared to be able to manage the pandemic situation. In this case, Covid-19. We are concerned, therefore, through the use of the theme of health and prevention, to take advantage of it for young people in the sense that they can multiply prevention information in families. This often made a big impact. There were initially families who wanted to take the young people out of Bissau because the behavior of the national authority was initially not very good either. They started by stopping everything in a society where people have nothing, there was no movement, nor was there any action set for the State to be able to subsidize or help the population. There really was poverty. Adolescents and young people served him as those who are going to ask, through solidarity action, for you not to ask those who have power, who took the contributions of people who have jobs… Women who create culture, gave what they have, what they produced to take to families that don’t have access to healthcare systems… And that allows teenagers to be able to reach that spirit of Covid. For us, the impact was very much because the teenagers really realized that poverty… Is it like in the midst of poverty we can help each other? How can we be the true brothers of the situation? This helped a lot and the impact of the Citizen Path on this issue of Covid-19 is the most solidarity action. Those who have can help those who don’t. This is a reality very well lived here in Guinea-Bissau, as I was saying, it is not possible to understand who has it, and who does not have it. We live, we live in community life. Those who have, help those who don’t. But it is also no less true that the dimension of the social level is growing, which is large. The haves are often close with what they have. And Citizen Path allowed the haves and have-nots to live on the same level.
LINO SACO MANÉ: For example, also at that time, as a guy who was talking about the social dynamics that were going on in Guinea-Bissau. Just a little mistrust and difficulty in how they live. However, holding events that until recently brought together people, like 20, 50 people, in a certain space. But you came to give an example that it is possible to organize the space, that at that time all school dynamics were suspended and, for example, this delayed the identification of children a little, because they were associated with the school. Relationship too. So, we, until you see, in the Citizen Path, can say that we created an alternative model that we can advance with education, that we can take to those classrooms, adapting to the reality of living with new approaches, with the introduction of masks, but also a distance, and others of an epidemiological nature that we were able to access, but also how to put this into operation. And it worked. The dynamic is being implemented with the children and the PC is being extended to the whole school because it has a kindergarten. There are other children with visual impairments, who through mentoring, distancing and the dynamics of the room itself, were able to adapt methodologies and improve the education of children.
RUI DA SILVA: I find it very interesting. Our listeners today have become more familiar with other concepts. As has been said about the benches in a neighborhood… What happens on the benches in a neighborhood. As for the one from here, who also spoke about moranças and tabancas, which is already very interesting… May these dialogues of ours with various interlocutors, concepts and expressions from other countries circulate better and people get to know… But now, to conclude our conversation, and then Lino can and should answer from wherever he wants, you can also ask this question to both of you, based on your experience and the work you do in the Citizen Path: from Dream to Action. Know what advice you give to those on the front line of education? What is the advice you give based on even you, who have already been talking about how the Citizen Path, is not, how the Citizen Path activities helped children return to school and adapt to the issues of the pandemic?
N’CAK MORGADO: Formal education and non-formal education have long complemented each other. But what I wanted to say is that through the experience of the Citizen Path, we are going to create some ideas. First: the knowledge production capacity of children and adolescents can be more peaceful. We can say that it is not the same with other members of society. This means that within our teaching dynamics, we must have the ability to create strategies to adapt to contexts that can appear at any time, such as the conviviality that appeared in everyone… The teaching process in Guinea-Bissau. .. Because not only in the gardens and in the secondary schools but also in the university. For example, my university was suspended for almost two months of operation because it had no plan strategies to adapt and the High Commissioner of the Ministry of Education did not know how to create strategies and plans, which was the only thing that made everything suspend until a given date. height. After learning again… I can say this with an ease that we really can continue to give. Which is… Only that there are spaces between the children. They can talk and disseminate information and discuss some subjects, but also, through the methodology, create the bond that will create mentalities and raise awareness of the environment so that it can take care of it. Let’s imagine that in a school we have 100 students. Everyone can take care of themselves, they have to take preventive measures and not stay together, I’m sure we’ll have a free space inside schools, which will basically be a mere continuity. That’s the first thing.
LINO SACO MANÉ: The second thing is that when a structure, in this case, is the Ministry of Education or another instance of governance in Guinea-Bissau, for understanding… We will have a policy that will not only allow us to adapt to the situation, but will also allow us to continue to improve, of course. The education system, you know… It’s the advice I have and I’m going to leave each one.
N’CAK MORGADO: I would like to say that education must be thought of in the sense of preparing young people so that they can live in this society. What we, in Guinea, think they are in this reality is that we only have to look at the contents that are already programmed – and many of us don’t think that realities change, we don’t think that the social dynamics… And we adapt to this reality. We are in a world in which, as UNESCO said, through Education for the 21st Century, I feel I need to prepare young people for social coexistence, to be able to learn, learn to live together, and learn to be. This is what our teaching dynamic should be. It is in this Citizen Pathway that we realize that our young people should think about young people, for society, not young people to be educated as people who react in a mechanical way. This is mathematics, one plus one, and one not eating, one plus one can be as it is in social reality, because it is interpreted and because it is lived… And when we are thinking about education, we must think about education, in the sense of social coexistence, because every human being prepared at school lives in a society. And this society, today, does not need someone who is mechanically educated and, who knows, can relate to it.
LINO SACO MANÉ: Well, here, there is no lack of education, and that also always entered into informal living where we are and how we can walk where we are. And the educational system, in my view, must know how to fit its content into its curriculum, social experience, and current issues, as I would say earlier about polygamy, which is also seen in sociology, but has nothing to do with how the situation of sexuality is interpreted, how is it seen and how is the situation of feeling that they belong to society interpreted? How can you be against that in this society? How can you work to develop, and best of all, prepare young people to be able to build their own paths? The process? How can she build her life? How will she be able to live her life tomorrow? In Europe, this is well framed, but in the African or Guinean reality, there are still large gaps. And our values of education have to go to keep the contents of life, to integrate the contents, the contents of learning. That’s what I think is important, starting from scratch. I know it is difficult because you really have to think about education, and how it is mentally structured. For me, it’s more than teaching, for me education is preparing young people to live in society.
RUI DA SILVA: N’Cak Morgado and Lino Saco Mané, thank you very much for coming to Eduquê.
N’CAK MORGADO: It is a great joy for us to give an opinion and share this interview with you.
RUI DA SILVA: You can access the program manual “Citizen Journey: From Dream to Action” at www.essor-ong.org/pt/casa/ .
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